Na Rua Almofada, em Perus, foi encontrado um laboratório de refino de cocaína em 2007. Na Rua Alpercata, no Jardim Robru, há uma loja de conserto de máquinas de costura. Na Rua das Antas, em Sapopemba, há uma moça chamada Marisa que quer ser secretária. Na Rua Antípodas, no Jardim Boulougne, há uma empresa que fornece serviço de brigadistas e cursos de bombeiros. Há cultos todos os domingos às 19 horas na Igreja do Arrebatamento da Rua Antíoco, no Imirim. Há uma casa de 140 metros quadrados para vender na Avenida Apólogos Orientais, no Jardim Marciano, por R$ 60 mil. O imóvel tem dois quartos, sala, cozinha, banheiro, lavanderia, varanda e garagem coberta para dois automóveis. Na Rua Apreciando a Cidade, em Cidade Tiradentes, há uma mercearia de nome “Serve Sempre”. A Rua Aves ao Vento, no Capão Redondo, se inspirou no filme de Yasujiro Ozu de 1948, Kaze no Naka no Mendori. Há três ruas Avestruz na Grande São Paulo: uma em Osasco, outra em Vila Rica (Brasilândia) e a terceira no Recanto do Paraíso (Perus). Reparem: há uma Rua Avestruz em Perus.
É dos vereadores e prefeitos a competência de dar nomes a vias e logradouros públicos. Os moradores só podem solicitar as alterações quando se tratar de denominações homônimas ou, não sendo homônimas, similares na ortografia, fonética ou fator de outra natureza, gerando ambigüidade de identificação. Também podem pedir a mudança de denominações consideradas ridículas, desde que dois terços dos domiciliados concordem.
Nos últimos anos, cerca de 35% dos projetos na Câmara foram destinados a alterar nomes de vias da cidade. Assim é que se mudou o nome de locais consagrados, como a ponte Cidade Jardim (atual Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo), o Túnel 9 de Julho (que já se chamou Daher Elias Cutait), a Avenida Águas Espraiadas (atual Jornalista Roberto Marinho) e o Viaduto Aricanduva (atual Engenheiro Alberto Badra). De 1927 a 1930, a Avenida Paulista levou o nome de Avenida Carlos de Campos, ex-governador do Estado, mas o povo não aprovou a medida e a denominação voltou ao normal.
Há nomes de ruas para todos os gostos, do começo ao fim do alfabeto – existe um morador de sobrenome Maluf na Rua Zabelê, no Parque Paulistano, e uma loja de decorações chamada Rique na Rua Zavuvus, na Vila Missionária (Cidade Ademar). Na Rua Zike Tuma, no Jardim Ubirajara, há um apartamento à venda “sem problema de gente passando na janela”. Na Grande São Paulo, há duas Ruas Zíngaras e uma Rua Zircão, onde se pode visitar uma empresa desentupidora chamada A Poderosa. Ainda não se sabe o motivo do nome da Rua Zo Wada, em Vila Friburgo. E, por último: há um sujeito de sobrenome Zizza que mora na Rua Zuzarte Lopes, na Vila Nívi, via que leva o nome de um sertanista que morreu devendo trinta patacas pro primo Bartolomeu em 1635.