Nesta quinta-feira, dia 9, vai ao ar o último episódio de “15 Minutos”, principal atração de humor da MTV (seg. a qui. às 21h45). Segundo a emissora, o apresentador Marcelo Adnet irá comandar um novo programa em 2011.
Há dois anos e meio, o jovem comediante vem interpretando a si mesmo num estúdio que reproduz seu quarto em Humaitá, no Rio de Janeiro. De bermuda, camiseta e chinelo, lê e-mails dos fãs, divaga sobre assuntos do noticiário, faz paródias de celebridades e imitações retumbantes de José Wilker.
É o único humorístico da TV aberta que tem audiência aqui em casa, talvez porque Adnet não tente ser engraçado de forma explícita. Ele usa um tom quase formal para tratar dos assuntos mais tolos, simulando a empáfia das personalidades televisivas.
Pode começar, por exemplo, mandando um “alô para o cachorro-quente com ervilha, ovo de codorna, molho rosé e queijo ralado, e também para o Ary Barroso”. Em seguida, parte para sua especialidade: imitar Cid Moreira, Pedro Bial ou Dinho Ouro Preto, através de sátiras musicais.
Outro dia, parodiou Elis Regina cantando o hino do Corinthians no chuveiro, Caetano Veloso solfejando “They don’t care about us”, e “Cai Cai Balão” no estilo dos concorrentes de “Ídolos” (Record).
O programa já teve “Sweet Child O’ Mine”, do Guns N’ Roses, na voz de Silvio Santos, e “Garganta”, num dueto de Ana Carolina e Dercy Gonçalves. Entre as composições próprias, destacam-se o “Funk do Mosquito”, a “Micareta Metal” e a “Bossa Nova do Cocô”.
Adnet consegue se transformar em tudo: faz um bispo evangélico à perfeição, tem recorrentes “surtos de Ivete Sangalo” e compôs uma canção de sátira às boybands: “Furfles Feelings”.
Nas estantes, há um boneco do Gorbachev, um exemplar do Alcorão, uma chinchila, uma flâmula da Taça Rio e um cartaz com a inscrição “Marechal Rondon é o cara”. Aléá placas com os dizeres “ÓOAUÊAíÔ”, “Não cumprimente o pinguim” e “Não cuspa”.
Espera-se que o novo programa de Adnet seja tão incoerente e desnecessário quanto “15 Minutos”. Com sorte, ele irá abrir a atração com um de seus instigantes versos: “Em homenagem ao meu mamilo/ eu vou de repente, do nada, mudar de estilo”.