Amanhã estreia no Brasil a terceira temporada de “Em Terapia” (HBO, 21h25). A série será exibida de segunda a quinta-feira em episódios de aproximadamente 25 minutos cada, em tempo real, feito uma sessão de terapia.
Um por dia, os pacientes se instalam no divã do dr. Paul Weston (Gabriel Byrne, vencedor do Globo de Ouro) e desfiam suas angústias. Na semana seguinte, retornam para dar continuidade ao tratamento.
Na última temporada, o psicanalista analisou uma ex-paciente que o culpava por tê-la feito abortar há vinte anos, um executivo que o pagava por resposta e uma jovem com câncer em estado de negação. Como se não bastasse, estava sendo processado pela morte de um paciente.
Para fechar a semana, é o dr. Weston que vai à terapia, num episódio sempre tenso em que ele praticamente sobe ao ringue com Gina, a psicanalista interpretada por Dianne Wiest –– que ele chama de “aranha sonolenta esperando para dar o bote”. Nesta nova edição, a terapeuta é Adele (Amy Ryan), mais jovem, porém tão dura quanto sua predecessora.
“Em Terapia” é uma série angustiante e deprimente. Nas palavras de uma paciente, é como “uma faca no seu pescoço: você fica aliviado quando sai”. O desconforto permanece por um bom tempo e, na melhor das hipóteses, desanda na sensação de ser uma das pessoas mais equilibradas do mundo. É um alívio não ter um analista como Paul.
Pois a lógica do dr. House em matéria de catástrofe profissional se aplica ao dr. Weston: é raro que os pacientes saiam do consultório felizes, iluminados ou satisfeitos. Pelo contrário. São poucos os momentos de humor e leveza da trama, à exceção de uma ou outra sessão com a ginasta Sophie (da primeira temporada) e com o gordinho da tartaruga, da segunda.
De resto, é tudo dor e inconclusão, num ofício segundo o qual, nas palavras do próprio Paul, “o cliente nunca tem razão”.
Até agora, a série americana era uma adaptação do original israelense, “Be’Tipul”. A partir deste ano, os argumentos passam a ser originais, embora ainda estejam a cargo de Rodrigo García, filho do escritor Gabriel García Márquez.
Aos leitores que ainda tiverem dúvidas, sinto informá-los que nosso horário acabou. Conversaremos sobre isso na semana que vem.