Folha de S. Paulo / Ilustrada
20 de fevereiro de 2011
por Vanessa Barbara
Uma dica para quem nunca viu “Dexter”, a série em que o mocinho é um serial killer: há uma paródia circulando pela internet com o título “Dexter em 60 segundos”, que explica basicamente toda a fórmula do programa. Nele, um analista forense da polícia leva uma vida dupla de justiceiro sociopata.
Produzido pela Landline TV, o vídeo começa com o protagonista dirigindo, à noite, na hora em que seu “passageiro negro” vem à tona. “É um termo mais legal que dei para o meu ímpeto de matar”, ele explica, didaticamente. E acrescenta: “Este é o meu monólogo interior”.
Então vem à tona uma série de sósias tristes dos personagens principais: a tenente LaGuerta anuncia a chegada de um novo serial killer, que é prontamente apelidado por Batista como “o trocador de pés por cabeças”. Ambos ficam admirando a cena do crime, sem grande entusiasmo.
Mais tarde, Dexter almoça com a irmã Debra, que reclama do atraso dizendo: “…Palavrão!”. Ela lhe apresenta seu novo namorado, um sujeito fantasiado de Jason, evidentemente agraciado com o dom da psicopatia. Ele acena de modo jovial.
No supermercado, Dexter reconhece o assassino após um insight esdrúxulo: o homem pergunta onde pode encontrar uma “cabeça” de alface, em vez de um pé de alface. “É ele. O trocador de pés por cabeças.”
A essa altura, a tenente LaGuerta põe a mão na cintura e protesta: “Alguém se importa com o nosso enredo?”. Como a temporada-minuto já está no fim, Dexter esfaqueia o assassino e lhe agradece por inadvertidamente transmitir alguma lição útil que será o mote da próxima temporada.
A essa estrutura básica, juntam-se dúzias de comentários sarcásticos, um ator excepcional, um fantasma paterno, familiares em perigo e o resultado é uma série premiada que já vai para o seu sexto ano.