Tomado pela mais sincera candura, Christian Wellisch olha bem para a câmera e declara: “Adoro bater nas pessoas”. Ele é conhecido como Pesadelo Húngaro e é lutador de Artes Marciais Mistas (MMA, em inglês), o popular vale-tudo.
Nessa modalidade, os competidores podem usar inúmeras técnicas: boxe, jiu-jitsu, caratê, judô, kickboxing, muay thai e luta greco-romana. Só não vale morder, puxar o cabelo, dar cabeçada e dedo no olho, o que sinceramente me deixou decepcionada.
A principal competição de MMA é o Ultimate Fighting Championship, que vem atingindo uma popularidade cada vez maior nos EUA, onde já conta com 2 milhões de espectadores. Por aqui, o UFC é exibido aos sábados de madrugada em duas emissoras: na RedeTV! (sáb., 0h) e no Canal Combate, em pay-per-view.
É o tipo de coisa que se pode assistir por horas a fio, uma superprodução com holofotes ostensivos, brutamontes de capuz, sangue no octógono e muito dinheiro envolvido.
Para completar o circo, há bravatas impagáveis e declarações viris dos lutadores contra seus rivais, à moda do bom e velho Mike Tyson: “Acerto o nariz do meu oponente para que o osso entre no cérebro”.
Os lutadores possuem apelidos como “Carrasco Africano”, “Jovem Assassino”, “Maníaco Hispânico”, “Mestre da Maldade”, “Pavio Curto”, “Rolo Compressor Filipino”, “Ninja do Amor” (?) e “O Homem Mais Perigoso do Universo”. Há também um lutador chamado Josh “Dentista” Neer.
As transmissões do Canal Combate são as mais divertidas, pois contam com um time de intrépidos comentaristas. (Lembrem-se: estamos lidando com caras que podem te fazer desmaiar com um chute na cara.)
Sobre um lutador mais rechonchudo que trazia uma tatuagem com o mapa do Havaí no peito, Luciano Andrade perguntou: “Será que ele surfa?”. Ao que João Guilherme respondeu, sem pensar: “Teria que ser uma prancha bem reforçada”.
O jornalista continua vivo e passa bem.
Semana passada, a mesma dupla iluminada declarou que certo lutador “não era nenhum mosca-morta”. Entretanto, seu rival parecia “estar tirando um pirulito de uma criança de seis meses”. Pausa. “Que, aliás, não chupa pirulito com seis meses.”
Pensando bem, talvez os comentaristas tenham sido afetados por algum tipo de voadora.