Estreia hoje às 21h na HBO a superprodução “A Guerra dos Tronos”, baseada no best-seller de fantasia épica “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R. R. Martin.
A saga se passa nos sete reinos de Westeros, uma terra onde “o verão se estende por décadas e o inverno pode durar uma vida inteira”. Depois de nove anos de clima ameno, o frio está prestes a chegar, condenando gerações inteiras à morte por inanição e congelamento.
Tudo começa quando o conselheiro do rei morre de forma suspeita e várias famílias passam a disputar o poder, nesta história com clima medieval e pinta de “anti-Senhor dos Anéis”.
A trama é suja e tem sua cota de incesto, tragédia, conspiração, decapitações e luxúria. Ao perder seu ajudante, o rei Robert (vivido por Mark Addy) diz que procura “alguém para governar meu reino enquanto eu como, bebo e transo com prostitutas até morrer cedo demais”. Este é o lado civilizado da trama.
Do lado selvagem estão os Dothraki, uma tribo sangrenta cujo líder se casa com a princesa loira do clã dos Targaryen, numa aliança feita para engrossar os exércitos e devolver o trono a estes últimos.
Sobre essa simpática turminha de aborígenes, diz-se que “um casamento Dothraki sem ao menos três mortes é considerado um fracasso”. Após as bodas, a noiva tenta dizer “obrigada” em dialeto, mas alguém observa: “Não existe tal palavra em Dothraki”.
Os únicos que podem ser chamados de mocinhos – e olhe lá – são os Stark, uma família de “temperamento explosivo e raciocínio lento”. O patriarca é Eddard (vivido por Sean Bean, o Boromir de “O Senhor dos Anéis”).
Seus maiores inimigos são os Lannister, de quem se pode esperar todo tipo de torpeza: ao jovem príncipe que demonstrou covardia, provocando a morte de uma criança e de um filhote de lobo, a rainha diz: “Quando você estiver no trono, a verdade será o que você quiser que ela seja”.
Em lugar de hobbits expansivos e trapalhões, temos Tyrion Lannister (Peter Dinklage), um anão cínico, lascivo e cruel, mas que é solidário aos párias e desajustados como ele. Em lugar de um anel, temos uma muralha de gelo guardada por vigilantes de negro, a proteger o reino de uma misteriosa ameaça sobrenatural.