Apesar de ter sido interrompido há três anos nos Estados Unidos e estar em vias de suspensão na RedeTV!, o reality show “Dr. Hollywood” (dom. às 23h40) continuará no ar por aqui pelo menos até o fim do mês.
Trata-se de um programa capitaneado pelo cirurgião plástico Robert Rey, brasileiro radicado nos EUA que tem uma clínica milionária em Beverly Hills, onde atende mulheres ricas que desejam aumentar os seios, fazer lipoaspiração e incrementar o estofo das nádegas.
A atração mostra cenas explícitas das cirurgias e a marcação das pelancas com caneta piloto, mas isso não é o mais chocante. Chocante é o médico protagonista, um sujeito de coloração alaranjada, branqueamento nos dentes e cabelos excessivamente viçosos, adepto de camisas cor-de-rosa e gravatas da Dolce&Gabbana.
Ele cobra 5 mil dólares por uma consulta de meia hora, na qual diz coisas como: “O céu nasce no Leste e se põe no Oeste, e é aí que a festa começa de verdade”. Seus colegas andam de Porsche, usam anéis quadrados, relógios vistosos e golas rulê.
Suas pacientes têm os cabelos lisos e repicados, em geral platinados, abusam das demãos de maquiagem no rosto, vestem óculos de mosca e minivestidos de tirar o fôlego (delas mesmas).
O médico lhes promete resgatar a autoestima com a ajuda de duas esferas de silicone “que vão fazê-la cintilar de verdade como um cisne”. Sem sair da metáfora do patinho feio, ele afirma, brandindo o implante: “Esta bolinha será essencial para que o cisne voe”.
O dr. Rey se compara a personalidades como Dilma Rousseff, Barack Obama e Madre Teresa. Diz que se orgulha de ter melhorado a condição humana com seu trabalho. Entre outras coisas, assume que “médico velho não é meu amigo. Médico jovem sim. Eles querem ser como eu: se vestem como eu, usam óculos como eu. Me seguem no Twitter”.
Tristes não são os closes de peitorais definidos e barrigas tão retas que aparentemente exigiriam a remoção total dos órgãos internos. Nem são as moças loiras do interior que vêm levantar os seios e fazer compras. Triste mesmo é a confissão do dr. Robert Rey, numa entrevista para um portal de notícias, em que ele admite: “Acho que a última vez que eu comi bolo foi em 1986”.
Força aí, dr. Rey.