Folha de S. Paulo / Ilustrada
11 de setembro de 2011
por Vanessa Barbara
Muita gente escreveu comentando a coluna sobre o ator Peter Falk (“Como se faz um ‘Columbo’”, de 10/7/11). Por isso resolvi parar à porta, hesitar um segundo e fazer “só mais uma observaçãozinha”.
O médico Fernando Corpa Fernandes, de 69 anos, quis saber por que a Universal não lançou no Brasil a série completa, desistindo do projeto antes da quarta temporada.
Ele elenca em seu e-mail as coisas de que mais gosta na vida: “pescar, Timão e Columbo”, no que estou absolutamente de acordo.
O dentista Marcio Palacios aproveitou para mandar um conto sobre manequins macabros, que compôs usando o método descrito na coluna: partindo de um fato ou situação, criam-se as condições para tudo acontecer.
O leitor Sergio Beni lembrou um de seus episódios preferidos, em que o assassino usa uma barra de gelo para cometer o homicídio, golpeando alguém à beira da piscina. Ou seja, a arma do crime nunca poderia ser encontrada.
“Que ideia maravilhosa”, ele comenta. “Vou escrever com letras maiores: QUE IDEIA MARAVILHOSA!”.
Já Aparecido Schiavone, de 63 anos, costumava assistir “Columbo” às segundas à noite na TV Tupi e enviou um verdadeiro tratado sobre o personagem, referindo-se a seus cabelos desgrenhados, “voz fina e irritante, sapatos velhos, terno gasto, camisa branca e gravata fina, estilo cowboy”.
“Tinha maneirismos como colocar o dorso da mão aberta na testa quando se via diante de um fato estranho na investigação. Mantinha uma cigarrilha apagada na mão esquerda e nunca tinha fósforos.”
Além da certeza de que ladrões pé de chinelo não cometiam crimes premeditados, Aparecido lembra outro corolário do tenente: toda teoria tem uma ramificação. Enquanto cada caminho não fosse fechado, era preciso insistir.
E quanto ao primeiro nome de Columbo? A resposta “Philip”, muito popular na época, foi inventada pelo escritor Fred Worth, que inseriu uma informação errada num livro de “trivia” só para poder processar futuros plagiadores.
(É o mesmo método usado por cartógrafos que plantam nomes fictícios de logradouros como futuras evidências de cópia não autorizada.)
Ao que parece, o primeiro nome de Columbo era, simplesmente, “Tenente”.