The Clock é uma boa opção para as noites de sexta e sábado

Folha de S.Paulo – Cotidiano
16 de novembro de 2012

VANESSA BARBARA

Em época de feriado, não só as ruas da cidade ficam mais vazias, favorecendo a circulação de veículos e pedestres, como também as pistas de dança, incentivando a execução de passos mais ousados e expansivos.

Um bom local para as noites de sexta e sábado é The Clock Rock Bar, especializado em rock dos anos 50 e 60 (r. Turiassu, 806, Perdizes, das 21h até as 4h). O diferencial é que, por volta das 22h30, há uma aula gratuita de dança para iniciantes.

Por 40 minutos, mesmo quem não sabe diferenciar a esquerda da direita pode se juntar ao grupo e aprender os passos básicos do rockabilly, que se dança a dois.

Durante a aula, ensina-se o “giro simples”, o “abraço” e o “passeio”, entre outros. “O Coca-Cola é o passo mais sociável do rockabilly”, diz o instrutor. “Com uma das mãos, o líder consegue ficar girando facilmente seu par enquanto cumprimenta alguém que não vê há anos, conversa com um conhecido, toma uma Coca-Cola”, explica, numa demonstração prática com uma das garçonetes.

A graça é que dá pra ficar no balcão bebendo e fazendo crítica de dança (“Aquele veio do tango”, “Olha o cara que tropeçou em si mesmo”) ou entrar na pista para apavorar.

Após a aula, o espaço é ocupado por alunos dos cursos promovidos pelo estabelecimento, gente que dança há anos e que é instruída a nunca recusar um convite.

A casa possui uma rígida política contra passos aéreos, e é comum ver o gerente Maurício Martins reprovando as duplas mais imprudentes. O proprietário, Giuliano Garbi, circula levando cutucadas dos clientes e ostentando seu portentoso topete.

Hoje, a banda residente será a novata Bob Show e, amanhã, a veterana Alex Valenzi & The Hideaway Cats. Ambas tocam clássicos de Elvis Presley, Johnny Cash e Beatles.

Há momentos em que os frequentadores menos sóbrios se lançam a uma dança coreografada em linha, mas o ponto alto da noite é o barman que cospe fogo no ritmo de “Great Balls of Fire”.