Folha de S.Paulo – Ilustrada
17 de dezembro de 2012
por Vanessa Barbara
Adam Savage, 45 anos, e Jamie Hyneman, 56, têm o emprego dos sonhos de qualquer moleque: são pagos para fazer experiências esdrúxulas com derretimento, destruição aleatória e explosão.
Eles são os principais apresentadores de “MythBusters: Caçadores de Mitos”, um dos programas mais legais de todos os tempos, que a TV Cultura exibe de segunda a sexta às 19h30, e o Discovery às 10h e 16h.
Na atração – que em janeiro completa dez anos –, eles usam métodos científicos para testar a validade de mitos, lendas urbanas, provérbios, cenas de filmes e vídeos da internet.
Nenhum dos dois tem formação específica, só uma vasta experiência prática em profissões incomuns – Jamie é formado em linguística russa e foi instrutor de mergulho, especialista em sobrevivência na selva, capitão de navio, domador de animais e maquinista. Adam foi animador, designer gráfico e carpinteiro.
Ambos trabalharam com efeitos especiais no cinema e utilizam esse conhecimento empírico para desbancar ou confirmar os mitos.
Eles já testaram se as torradas costumam cair mais vezes com a manteiga para baixo (mito detonado), se os peitos de silicone podem explodir em altas altitudes (detonado), se é tão rápido nadar em água quanto numa piscina de xarope (plausível), se é preferível correr a andar na chuva para se molhar menos (confirmado), se conversar com as plantas pode ajudá-las a crescer (plausível), se é possível sobreviver a uma queda de elevador saltando no último momento (detonado) e se a mistura de manga com leite é letal (detonado).
Primeiro um narrador sarcástico apresenta o mito com a ajuda de cenas pitorescas. Então Adam e Jamie tentam replicar as exatas condições do boato para comprovar se ele pode ocorrer. Em caso de fracasso, vão expandindo as circunstâncias até ocorrer o resultado esperado. É quando “o teste vira apenas uma desculpa para explodir coisas”, diz o narrador.
Há sempre um componente científico na equação. Para testar o mito da torrada que cai com a manteiga para baixo, eles construíram uma máquina de arremessar torradas, levando a tolice ao extremo.
Não só provaram empiricamente que é possível polir cocô “esfregando-o em círculos para achatar o material aquoso já presente no excremento”, como compraram uma máquina para medir o brilho.
“Temos um robô na água, ele está recheado de atum e é só um dia normal aqui nos Caçadores de Mitos”, diz Adam.