Folha de S.Paulo – Ilustrada
14 de janeiro de 2013
por Vanessa Barbara
Muitos leitores escreveram para comentar a coluna “Crimes contra a audiência” (Ilustrada, 10/12/2012).
Marcelo Avelar de Mello diz que o descaso da Globosat com a série “Code 37” foi o mesmo com relação à premiada “Downton Abbey”. Durante a primeira temporada, os episódios eram repetidos aleatoriamente e exibidos fora de ordem.
Desde que houve a mudança de nome do canal para +Globosat, não se teve mais notícia da atração. “Como não existe site, ficamos sem saber de nada”, reclama. Ainda assim, as propagandas continuavam prometendo a segunda temporada para novembro.
A leitora Maria Cecilia Porto Venturini esperou dois sábados à toa. “Sem explicação, o canal começou a exibir uma outra série, e creio que nem era o início”, alega.
No fim de novembro, “Downton Abbey” foi transferida para o canal GNT, e, em abril, será retomada desde o primeiro episódio.
“A Globosat não tem o mínimo respeito pelo telespectador e fazem o que querem sem avisar ninguém”, escreve Maria Conceição Ciorlia, que acompanhava uma série escandinava de suspense chamada “The Bridge”. Assistiu a todos os capítulos, que passavam às segundas às 22h. “Pois não é que, no último episódio, eu toda entusiasmada para saber o desfecho, eles colocam no ar um tal de Festival de Cinema, com direito a comentários pós-cerimônia?”. A série só foi ao ar por volta da meia-noite.
Fã do “Late Show with David Letterman”, Sebastião Costa possui uma caneca e um moletom da atração. Ele gravava o programa no GNT, até que a emissora suspendeu a atração – que migrou para a Record News e de lá também evaporou.
Já o leitor Paulo Schwarz era espectador assíduo de “Code 37” e nos escreveu para contar o final. Ele conseguiu localizar o último episódio através da busca de programas da Sky.
Acompanhar séries pela TV a cabo brasileira é uma tarefa inglória. Alfredo Couto diz que é comum as legendas desaparecerem do nada e episódios serem reprisados sem pudor. Há casos em que a programação não confere com a prevista, isso sem falar no abuso de comerciais.
Ele presume que as próprias emissoras “não devem acompanhar o que transmitem, nem o que está acontecendo com a transmissão, como se colocassem no automático e deixassem rolar”.
Ganha força a teoria da calopsita (Ilustrada, 13/03/2011), pobre animal solitário que passa as tardes no estúdio de transmissão e põe a fita pra rodar no primeiro dia de cada mês.