A Hortaliça

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Trocadilhos tolos e conduta absurda
Edição #008, de 15 de fevereiro de 2002.
Preço: a vida
Classificação: incômodo
Tiragem: 110 e mais um punhado

hortalica@gmail.com
Parece um cesto de amoras (Aristóteles)

 

"Todos os meus meios estão sãos: o meu motivo e o meu objetivo são loucos"
(Acab)

 

EDITORIAL
Vanessa Barbara
 

Sente-se, abra uma lata de sardinhas, coloque o pé no balde de salmoura, relaxe e desfrute do nosso DamnZine #008. Nesta edição, temos um artigo de e.e. cummings sobre o ocaso da pontuação gramatical, uma crônica da sempre original J. K. Rowling sobre o um garoto que tem o dedo – ahum – azul, um ensaio de Lucíolo Mascarenhas sobre o significado do significado, um panfleto descaradamente cominho a favor do diploma no curso de jornalismo e, vejam só, o testemunho de um quibe frito sobre sua experiência extrassensorial com o Nilson Lage, que Alá preserve suas suíças.

Pois bem, o que você faria se, ao descer as páginas deste jornalzinho (com o mouse, para evitar o envenenamento), você se deparasse com esse naipe grotesco de publicação? Abaixo do humilde editorial supracitado, teríamos uma frase de Esopo e uma do meu bisavô Marciro, emendando com um "Kisses!" e a assinatura da editora (com um beijo de batom como nos papéis de carta da Xuxa). Em seguida, viria o tal do Zine. Eu sei, é chocante, mas pode acontecer a qualquer momento.

Ontem fui comprar um bule de plástico, na companhia de meu inseparável arbusto de flores silvestres, e quando virei a esquina percebi que havia outro desses, na verdade uma moita mais modesta, que calçava botas de pelica. Alarmada, corri em ziguezague pelo meio da avenida, arrancando chapéus e suspensórios dos transeuntes para ir me disfarçando no caminho, mas a maldita moita não largava do meu pé, de modo que fui obrigada a me jogar em frente a um ônibus desgovernado para simular minha morte. Ou morrer, no caso. Acontece que o ônibus freou na última hora, e quando eu me preparava pra golpear, com uma peruca ruiva, a maldita planta-espiã que se aproximava, fui atingida por um carrinho de bebê em alta velocidade, acordando apenas 3 horas depois, numa sala azul, sem os botões ímpares da minha camisa.

O fato é que consegui escapulir pela janela do banheiro, quando um anão com máscara de abacate no rosto - por causa da vitamina D, sais minerais e ferro - veio me trazer comida, afrouxar um pouco a corda, tirar um pedaço do meu cérebro e me levar ao banheiro. Como ele não era adepto do "respectivamente" da coisa, trocou a ordem das tarefas e me levou ao banheiro antes - logo, consegui escapar e continuo com um pedaço de corda unindo meus joelhos. Isso sem falar no cérebro, que aparentemente permanece onde sempre esteve. Enfim, quando voltei pra casa já era noite e todos estavam na sala, apreensivos (meus pais, os vizinhos, o arbusto silvestre e Tito, o dentista), e não pude explicar muita coisa porque a campainha tocou e era eu.

Nesse instante, um vizinho me olhou estranho e tentou se certificar que eu era eu mesma e não a outra que estava tocando a campainha, mas não teve sucesso e decidiu então passar o resto de sua existência conversando com o lustre da sala. Mas voltando. Descemos para me dar as boas vindas, mas não havia ninguém lá embaixo, exceto o pobre jardineiro gagá, engolindo uns botões azuis e brincando de perseguir tatus com o ancinho.

Tudo não passaria apenas de uma conspiração usual se não fosse o Josias, Vizinho, que me procurou no dia seguinte para me ensinar a tocar violão, coisa que eu nunca tinha pedido a ele e que Alá me livrasse de tocar alguma coisa. "Você muda de idéia rápido, vai dizer que não quer mais fazer aquele troço que combinamos ontem?" – enfim, vocês entenderam o espírito da coisa.

Bom, os zines continuam na ordem normal, nada de estranho aconteceu com o Urso Cramps, chequei as redondezas e eu não tinha dançado cha-cha-cha em lugar algum (não dessa vez). Mas fiquem avisados, um dia vocês receberão um maldito Zine totalmente esquisito e não terá sido eu quem o fez, e um dia encontrarão sua avó fazendo compras na rua (com um estranho pacote amarelo na mão) e igualmente não será ela, até que os srs. forcem a entrada do porão e lá estará o presidente pálido e cheio de hematomas, morto a dentadas uns 15 anos atrás por alguém grisalho e cheio de olheiras, que tomou o lugar dele e ah, vão ver só.

E nem quero saber do que o Josias Vizinho falava, mesmo porque ele caiu acidentalmente da varanda ontem e passou desta para melhor. E olha que ele mora no primeiro andar.

Bom, o que eu queria mesmo dizer é: droga, jamais deixem alguém trocar o piso da tua casa dizendo que é do governo.

Divirtam-se.

"O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está continuando a viagem por conta própria". (Quintana)


:: O CANTO DOS CRONÓPIOS ::
por Julio Cortázar, cortazar@memimem.com.ar

Quando os cronópios cantam suas canções preferidas, ficam de tal maneira entusiasmados que freqüentemente se deixam atropelar por caminhões e ciclistas, caem da janela e perdem o que tinham nos bolsos e até a conta dos dias.

Quando um cronópio canta, as esperanças e os famas acorrem a ouvi-lo embora não compreendam muito seu arrebatamento e em geral se mostram um tanto escandalizados. No meio da roda o cronópio suspende seus bracinhos como se segurasse o sol, como se o céu fosse uma bandeja e o sol a cabeça do Batista, de forma que a canção do cronópio é Salomé nua dançando para os famas e as esperanças que ali estão boquiabertos e perguntando-se se o senhor padre, se as conveniências. Mas como no fundo são bons (os famas são bons e as esperanças bobas) acabam aplaudindo o cronópio, que se recupera sobressaltado, olha em redor e começa também a aplaudir, coitadinho.


:: NINGUÉM ::
pedaço qualquer de notícia, em conto de Edna Ferber

Praga, outubro, 25 -- Uma criança que nasceu na terra de ninguém, ao sul de Brno, onde há duas semanas vivem 200 judeus num fosso entre a Alemanha e a Tchecoslováquia, recebeu hoje o nome de Niemand (ninguém).


:: MENSAGENS SUBLIMINARES ::
por Banessa V., ou alguém muito parecido com ela

Na Áustria as vaquinhas mugem em alemão. Sim, eu sei. Às vezes é preciso usar frases chocantes para prender o leitor, se não se consegue fazer bons títulos ou não se tem uma figura de alguém pelado. Mas, onde estávamos mesmo? Ah, sim. Esses dias uma impertinente rádio austríaca anunciou ao mundo que anda colocando mensagens subliminares durante a programação de FM.

"É um disparate", deve ter dito alguém. "Uma pouca vergonha", declarou a dona-de-casa, esfregando uma tigela e matando uma muriçoca. "Por isso esse país não vai pra frente", disse um empresário, enquanto polia as alpargatas. A notícia provocou tumultos, histeria e corre-corre, até ser devidamente esclarecida. Segundo a declaração, a rádio Energy estaria acrescentando às músicas um som de altíssima freqüência – inaudível para os humanos, mas insuportável para os mosquitos. Assim, os ouvintes estariam livres do cheiro rançoso das pomadas contra picada: bastava deixar o aparelho de som ligado que os bichinhos iriam embora, transtornados.

O leitor, por favor, perdoe o partidarismo da cronista, que tem uma simpatia visceral por moscas-da-fruta e batalha pelo direito de livre zunzum da comunidade mosquífera. Temos que admitir, os insetos são uma sofrida categoria: esmagados por louva-a-deus, espremidos por mata-moscas, intoxicados por Rodasol e agora bombardeados por zunidos terríveis. E nem tampar os ouvidos podem, vai lá saber onde ficam as orelhas. Pergunte pra um mosquito. Nem ele deve saber.

Isso pra não falar no conteúdo dessas mensagens de alta freqüência. Sim, a partir de agora qualquer um pode inserir frases subliminares no rádio e obrigar o mosquito a virar militante da causa feminista. Ou convencê-lo a virar libélula. Ou então obrigá-lo a picar o presidente na testa. Imagine uma nuvem de moscas raivosas, soltando espumas pelas antenas, dirigindo-se a Brasília pra apoiar a Greve dos Funcionários Públicos. Ou um mosquito-prego distribuindo folhetos contra a Alca. Um Aedes aegypti bebê, em cima de um caixote, defendendo a privatização da Eletropaulo, das Universidades Federais, ou, sei lá, do Governo.

Nunca se sabe o que as moscas podem fazer, quando sugestionadas. Talvez alguém erre na freqüência e os insetos entendam que é preciso destruir tudo, e você duvida que eles obedeçam? Com a quantidade de pernilongos em Ubatuba é possível acabar com o Planeta a dentadas. Roendo cada península, uma por uma. Outro erro na freqüência, e o Pentágono dará a localização do botão vermelho às mutucas caninanas, que soltarão um grande zunido em uníssono, rumarão à Casa Branca, e clash, cataplaft, boom. Tudo vai aos ares: culpa dos austríacos.

Ou talvez não. Talvez sejam apenas inocentes sons de alta freqüência. Até que um besouro-suco resolva tocá-los de trás pra frente e descubra algumas passagens do Apocalipse, fique revoltado, viaje pelo mundo com uma barba enorme e cartazes de fim do mundo, mas não, não há perigo. Mosquitos preferem ver tevê.


:: ENTÃO TÁ ::
por Bukowski, no prefácio de "Pergunte ao Pó" de John Fante

Tentei outros livros na biblioteca. A seção sobre religião era um pé no saco, pra mim. Fui pra filosofia. Encontrei alguns alemães amargurados que me animaram um tempo, mas não passou disso.

Tentei geologia e a achei curiosa mas, finalmente, insubstancial.
Achei alguns livros sobre cirurgia e gostei dos livros sobre cirurgia: as palavras eram novas e as ilustrações, maravilhosas. Gostei particularmente e memorizei a operação no mesocólon.


:: CORRESPONDÊNCIA ::
e-mails duvidosos interceptados por um talo de acelga

Romanos, homens do campo, cidadãos da Burúndia.
.... Mas que lindo dia para jogar squash!!

Estava eu aqui sentada em forma de tatu-bolinha, cuidadosamente planejando o tempo enorme que disponho para assistir desenho e comer doce, quando pensei "sim, posso incomodar alguém e fazer algo de mal pro mundo!" E adivinha quem eu escolhi!!!

Sim, ele mesmo, o grande Esopo. Então me pus a escrever, com meu kit de canetinhas Hidrocor e o papiro que ganhei de Páscoa do meu avô Crítias (o ruivo), quando me lembrei de uma coisa: Esopo não existe mais! Esopo era, na verdade, fruto da imaginação de uma tartaruga malévola, cansada da exploração de que era vítima no mundo selvagem, que resolveu escrever fábulas para o Sindicato. Ou para a Academia. Ganhou dinheiro com isso, virou Rainha da Espanha e coroou Alfredo V, o Coxo, de "Alfredo V, do Balacobaco". Nunca necessariamente nessa ordem.

Dessa maneira – visto que não tenho mais amigos desde A Grande Fome de Melado de 1945 e desde o dia em que enviei a corrente de Santo Eurides de Obregon y Obregon para cada um deles (você escapou por um nariz) -, me restou o lânguido, felpudo e adorável Junivando (o nome foi trocado para preservar a integridade do envolvido), que Alá o tenha.

Portanto, desejo que você desaperte os suspensórios, relaxe na sua poltrona do Pinóquio, afague o focinho de algum colega de trabalho e faça como César mandou: empreste-me seus ouvidos. Obrigada, devolvê-lo-emos em espécime. Agradecemos por utilizar nossos serviços, até a Páscoa. Tu-tu-tu-tu.

A coisa toda é a seguinte. Hoje de manhã estava caminhando pelos corredores da casa quando ouvi um barulho – sim, é o que você está pensando: era ELE, de novo. Sim. Tampe os ouvidos. O grande Balrog cominho estava de volta, rugindo como uma hiena, derramando rancor, maledicência e seiva de alfazema por onde passava. E tinha rendido meus criados! Então eu olhei para o mesquinho Balrog e percebi, na hora, o que deveria fazer: correr. Mas não fui mto longe, porque havia uma parede logo atrás de mim – não tente fazer isso em casa. Então tive um lampejo de sanidade e resolvi cantar e sapatear: a velha música Eu sou um bolinho de arroz, para a qual havia coreografado alguns passinhos de foxtrote. Então comecei a dançar, e a pular, e o Balrog ficou olhando pra mim com seus olhos hirtos e distantes, cheios de pustulência cominha. Eu dançava. E pulava. Parecia o Carequinha tentando animar as crianças.

Ele foi se afastando, hipnotizado pela minha canção e trejeitos corporais, quando resolvi prendê-lo no grande lustre de pedras, e agora preciso de sua ajuda. O que faço com um grande Demônio multicolorido, de rabo azul e testa brilhante, que não fala a nossa língua e só diz "Oi" pelos antebraços? (vc sabe, eu nunca falo pelos cotovelos, só pelos antebraços)

Bom, por enquanto estou alimentando o bicho com alpiste e uma mistura pegajosa e cortante de Calêndula e suco de tlin-tlones. Mas ele há de se enraivecer e vai escapar, um dia. Então eu não saberei mais entretê-lo e a humanidade estará perdida, nos braços – ou nos antebraços – de Hugolino, o Terrível, aquele que mastigou os filhos na masmorra e acabou condenado a perecer nos círculos do Inferno! (O Balrog tem mesmo um passado terrível)

Pense bastante e formule sua resposta até terça-feira. Certifique-se de não mais atender telefonemas de pessoas mancas, do contrário você perderá o direito de passar a existência sempre com medo – e viverá tropeçando, repetidamente, num complô ou num contra-complô, neste nosso pequeno universo de conspirações paranóicas que têm como objetivo apenas continuar conspirando. E respirando, enquanto puderem. Porque essa gente mesquinha, como rotulou o idoso Aristóteles, "mais parece um cesto de amoras". E nós concordamos com ele. Todo poder ao Catalupo.

Graciosamente,
Isilda.

Ps: Não, não fazemos idéia do que seria um suco de tlin-tlones. Mas continue pesquisando.
Ps2: A idéia inicial era dizer "Feliz Ano Novo", mas eu fui esquecendo no caminho.


:: DO DIÁRIO DO KAFKA ::

2 de Agosto
A Alemanha declarou guerra à Rússia. Fui nadar à tarde.


:: COMO TOMAR UMA CASQUINHA DE SORVETE ::
da Redação do DamnZine infiltrada no Reader's Digest

Primeiro, desdobre a presente bula. Se você está lendo isto aqui é porque já passou dessa fase, portanto é dispensável descrever o modo correto de desdobrar o papel de instruções, mesmo porque seria preciso outro desses papéis de instruções para esmiuçar o procedimento, papel que logicamente estaria dobrado, e que para desdobrá-lo seria preciso outro, e a loucura logicamente acabaria por tender ao infinito. Bom. A primeira providência (após desdobrar o papel, como já alertamos) é analisar a forma geométrica do sorvete mencionado. Se cônica, você terá tempo de ler as instruções antes de pô-las em prática, visto que a massa cremosa não derreterá tão incomodamente. Se cômica, esqueça as instruções e lamba sem pestanejar o maldito líquido, por todos os lados. Por cômica, entende-se a forma que se assemelha a uma fuinha corcunda com dores no fígado, a um trapézio equilátero devastado por um chute certeiro ou ainda a uma massa carcomida e pestilenta de algum corpo sebáceo não identificado, extraído de uma orelha ou de outra parte do corpo também não identificada.

Voltando à opção Um, analise a forma e consistência do sorvete e pegue papel e caneta. É a hora de rascunhar a estratégia, desenhando triângulos azuis para os ataques pela retaguarda, círculos concêntricos para as investidas com o dente e bolinhas tímidas para as tentativas frustradas que envolvam nariz e testa. Atenção! Apenas continue se você resistir à tentação maligna de morder a ponta da casquinha, abaixo de onde se segura o cone de biju. Se você ceder à vontade, o caos virá, os anjos descerão e a massa cremosa de pistache virá como uma avalanche, resultando numa conseqüente e inevitável chacota dos observadores.

Para decidir se urge abordar a massa de sorvete pelos cantos ou pelo topo, faz-se necessário utilizar a fórmula da aerodinâmica e resistência do ar, que consiste em multiplicar o cubo da potência indefinida à hipotenusa da variável "Xis", tal que X seja menor ou igual a....

:: A ESMO ::
Anônimo, nonono@doe.com

Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que ri cuidado para que não babe.


:
: AO LÉU ::
Links inócuos para pessoas divertidas

- http://www.google.com. Um dos ensinamentos mais caros que a vida me concedeu foi o de procurar "Google" no Google. Se você se pegar fazendo algo do gênero um dia, preocupe-se: a degradação está atingindo o ápice e logo você virará apenas um emaranhado de pelotas de nata. Previna-se.

:: LIVROS QUE EU DARIA DE PRESENTE AO RUMPELSTISTKIN ::
Mande sua resposta para cá ou grite bastante que eu estou anotando.

- (Mabel, SP): Daria "O Significado do Significado" a ele, e, algumas semanas depois, esperaria o livro de comentários literários "O Significado do Significado do Significado". Pretendo escrever "O Significado do Significado do Significado do Significado", e assim até a loucura beirar o infinito. Então fumarei um cigarro, estalarei os dedos, darei um suave peteleco e zupt, a insanidade terá chegado ao infinito e não haverá mais nada a fazer.

- (Josias Calupo, PR): Eu escolheria o já clássico "Manual de Refrigeração e Ar Condicionado", de 1500 folhas e capa dura, para presenteá-lo a distância e encher o nariz dele de cultura prática e hematomas arroxeados.

- (Lucíolo, por e-mail): O primeiro livro seria "Polyanna", claro, e explicações são dispensáveis no momento. O segundo seria "Sempre Rir - A Biografia Não-Autorizada do Bozo", em fascículos. O terceiro seria a Comédia, de Aristóteles, devidamente envenenado. E o último seria a coleção completa de "Tesouros da Criança", porque nunca é tarde pra recuperar os desencaminhados.


EXPEDIENTE

Este Zine é impessoal. Computadores meticulosamente programados desenvolvem os textos, se emocionam com eles, revisam e publicam a visão neutra e imparcial da coisa toda. O único responsável possível é a instituição "Da Redação".

 

... Para ser lido na maldita hora da noite em que tudo é engraçado (que vem logo após a hora em que nada faz sentido e antes daquela em que tudo faz sentido) - Stephanie Avari

Você está recebendo o !!DAMN!! Zine porque (loser!) estava na lista de indivíduos manquitolas da mala direta dos Illuminati. Ou então, ou então! Você está recebendo o !!DAMN!! Zine porque foi um dos 139 mil nomes escolhidos entre todos os possíveis do mundo, sorteados em uma grande urna chinesa após irregularidades com os nomes indianos, que são tão parecidos, por mil demônios. Caso não queira voltar a receber este monte de bobagens, mande um e-mail para vmbarbara@yahoo.com, e escreva na linha de assunto: "Me deixem em paz, pelas barbas de Tutatis!". Se quiser que mais vítimas recebam o Zine, também escreva para esse e-mail mandando o endereço dos condenados e o número e senha de suas contas bancárias.

!!DAMN!! Zine - o zine das coisas que foram, das coisas que são o que são, das que não são o que não são e das que poderiam vir a ser o que não foram. Perfeito para forrar o chão de barracas permeáveis e para embrulhar mortadela. Parceiro do tablóide norte-americano "O Sol da Meia Noite", mas não olhe pra trás porque tem um fauno fritando ervilhas nas suas costelas. "É bom como pizza de chocolate", declarou nosso leitor Avatar. "Imperdível", segundo o New York Times. "Único!", de acordo com o New York Nicks.


God is coming.
Look busy.



2005 Vanessa Barbara