A Hortaliça

www.hortifruti.org

Don't think about mind control
Edição #040, de 30 de novembro de 2002.
Atenção: salpicar pimenta no olho apenas *parece* uma boa idéia.

hortalica@gmail.com
..Não podemos criar nada que não seja mágico

 

"Um dia Orlov entupiu-se de purê de ervilhas e morreu"
(Kharms)

 

EDITORIAL ou PUDIM
Coletivo mickey-não-morra
 

À tarde nós abrimos a tampa da fazendinha e os catalupos já se amontoavam em torno do amendoim. Vestimos nossas luvas térmicas e começamos a apalpar-lhes o umbigo, a fim de separar os saudáveis dos que deveriam ficar em observação ao lado das nossas camas, durante todo o final de semana (no mínimo). A pobre Chachee, desengonçada e grudenta, deixou escapar um dos gordinhos e automaticamente todos os outros se puseram a chorar, enquanto eu e Cramps segurávamos os recém-nascidos pela coleira e botávamos Bunny - o Cão Calado -à caça do catalupo roliço que fugira pela porta afora, em direção ao moinho.

Chachee ninava uma meia dúzia e se punha a acalmar a patota, com histórias antigas de esguios catalupozinhos bravos que foram para o Oeste e cresceram junto à Nação, observando o domingo e seguindo as tábuas da lei, então nós tentávamos emendar as palavras e as histórias com uma porção de conjunções e pronomes e orações adversativas para que eles serenassem e parassem de chorar, por misericórdia. Os grilos já se faziam ouvir e muitos dos catalupos cochilavam ou fremiam, mesmo antes da hora da comida, quando Bunny voltou trazendo o fujão pela pele do pescoço. Se é que eles têm pescoço.

Tudo sob controle, começamos a separar os pedaços de pudim nas tigelas coloridas. Foi só abrirmos a embalagem e o cheiro se espalhou pelo ar como uma barata embriagada por Rodasol; os catalupos se alvoroçaram em uníssono e começaram a priprinar como malucos. Sempre assim. A Chachee, educadíssima, pediu para que fizessem uma filinha e começou a inspecionar os umbigos e a aparência dos menorzinhos, para ver se já tinham lambido uns aos outros ou tomado banho para a refeição vindoura. Crumps distribuiu primeiro para as fileiras da frente, que devoraram ali mesmo os pudins de abóbora e leite condensado, chacoalhando-se e sapateando no lugar, para fazer a digestão em seguida. A Chachee recolhia as cumbucas vazias e apenas sorria, satisfeita com todo aquele êxito de seu outrora latente instinto maternal. Para os que não sabem, ela é uma simples foca de goma de mascar que veio com o Mayflower, para ajudar-nos no trabalho burocrático e no cultivo da fazenda de catalupos órfãos. Mas vamos ao ponto.

O caracol da fila já se desfazia aos poucos quando, de súbito, percebeu-se um burburinho entre os catalupos brigões lá do fundo, e eu fui olhar o que estava havendo. Foi assim: um catalupo ruivo, extremamente irritado, arrumava confusão com os magrelinhos da 3a ninhada, dizendo que encontrara a mãe de um deles embrulhada em papel de seda, numa barraca de legumes da Feira mais próxima.

Foi só ele dizer isso que a confusão se armou. Tufos de pêlos voaram pelos ares e eu espirrei, de modo que não pude evitar o desenlace terrível da situação. Jonjo, um dos mais velhos da horta, conferiu uma bruta testada no catalupo ruivo, que acabou partindo-se ao meio -- os pequenos ficaram ali, olhando assustados para o filete de polpa que escorria na terra, solene. Em silêncio. Instalou-se o pânico, em torno da fruta esfacelada no centro magnético do campo. Dezenas de órfãos maiores trombavam-se nas beiras do pasto, em piparotes infinitos de um zigue-zague ensurdecedor. Os pequenitos soluçavam com as patas no umbigo, aterrorizados, grudando-se à cerca e chamando (ou melhor: gritando) por suas mães mortas, em algum ponto entre a colheita de inverno e o Teste de Resistência Iso 9002. Jonjo e mais um ou outro amigo saquearam as cumbucas de pudim e atropelaram-se, em disparada, rompendo a cerca e capotando em direção ao moinho, sob os olhares atônitos dos funcionáros, pobrezinhos, que não entendiam mais nada. A gritaria era insuportável - quanto mais transbordava polpa de dentro do corpinho inerte, mais a orquestra ficava aguda e os berros, terríveis. Abóboras eram pisoteadas, começava a chover. Um catalupinho recém-nascido cavava o chão com as unhas, tentando se matar de tanto comer terra. Dezessete outros grudaram-se à pele da Chachee e tentavam se aninhar na pobrezinha, que não sabia o que fazer e tentava descolar aquelas coisinhas vivas de seu chiclete.

De longe, um certo catalupo gordinho observava, calado, a chuva que varria o gosmento da polpa.


:: ELEGIA ::
por Mario Quintana

Há coisas que a gente não sabe nunca o que fazer com elas...
Uma velhinha sozinha numa gare.
Um sapato preto perdido do seu par: símbolo
Da mais absoluta viuvez.
As recordações das solteironas.
Essas gravatas
De um mau gosto tocante
Que nos dão as velhas tias.
As velhas tias.
Um novo parente que se descobre.
A palavra "quincúncio".
Esses pensamentos que nos chegam de súbito nas ocasiões mais impróprias.
Um cachorro anônimo que resolve ir seguindo a gente pela madrugada da cidade deserta.
Este poema, este pobre poema
Sem fim...


:: OLHOS ::
por Julio Cortázar (tava demorando)

Os olhos são as únicas mãos que vão ficando a alguns de nós.

:: O UNIVERSO VISTO PELO BURACO DA FECHADURA ::
por Eduardo Galeano

Valéria pede ao pai que vire o disco. Explica que Arroz con Leche vive do outro lado.

Diego conversa com seu companheiro de dentro, que se chama Andrés e vem a ser seu esqueleto.

Fanny conta que hoje se afogou com sua amiga no rio da escola, que é muito fundo, e que lá embaixo era tudo transparente e as duas viam os pés da gente grande, as solas dos sapatos.

Cláudio agarra um dedo de Alejandra, e diz: "Me empresta o dedo", e depois afunda o dedo na caneca de leite que está em cima do fogão, porque quer saber se o leite está quente demais.

Do quarto, Florência me chama e pergunta se sou capaz de tocar o nariz com o lábio de baixo.

Sebastián me propõe escapar em um avião, mas me adverte que é preciso tomar cuidado com os sefámoros e as hécile.

Na varanda, Mariana empurra a parede, que é para ajudar a terra a girar.

Patrício segura um fósforo aceso entre os dedos e seu filho sopra e sopra a chaminha que não se apagará jamais.


:: COCEIRAS ::
por Paulo Jimenez, André Deak e Viktor Blazek

Talvez fosse melhor não mudar nada. Continuariam suas vidas. Tinham suas rotinas, podiam comprar seus livros, seus CD's ou seus filmes. Podiam sair com suas pequenas. E além de tudo continuariam amigos. Aliás, eram os melhores nisso - em ser amigos, vocês sabem.
Mas, que diabos!, eles tinham idéias geniais o tempo todo! O livro de contos, os curta-metragens, os portfolios. Qualquer coisa nas mãos deles daria certo. Exceto, talvez, um bar.
- Temos que fazer alguma coisa juntos.
Isso era verdade.
- Vamos investir nessa idéia, hein!
No caminho de volta, o assunto já era outro. Voltaram a falar de mulheres, um ou outro auto-deboche, essas coisas. Mas a idéia ainda os petulava - como aquela coceirinha na ponta do nariz bem quando estamos com as mãos ocupadas.
- "Não passará de só mais uma elucubração".
Era, talvez, o mais inseguro dos três. Ouvia as idéias, dava as suas, aguardava, ponderava. Acreditava realmente no poder do grupo. Mas, tendo o exemplo das tantas outras idéias que não saíram do estágio platônico, limitava seus comentários a uma ou outra palavra de estímulo. Não queria que sua temeridade fosse a pilha fraca enquanto os outros dois bebiam e vislumbravam.
Era também o único dos três que não bebia. Talvez esse fosse o problema. Como estava sóbrio, achou que sequer seus devaneios merecessem maior atenção.
- Uns 15 mil no mínimo... ...em um ano e meio, 150 mil...
Todos, secretamente, já haviam feito suas contas:
- "Nossa! Dá pra fazer uma boa viagem pelo mundo, voltar e morar sozinho... ou casar..."
- "Humm... Vou poder montar meu home teather e vai sobrar pra investir no meu futuro..."
- "Putz! São uns 10.000 CDs! Talvez 15.000, se eu comprar usados..."
Pensando bem, deveriam tentar seriamente. No fim, até o zapatista se convenceria de que é possível ser feliz mesmo com um CGC ou CNPJ - e mesmo sem saber a diferença entre ambos.
Eles fariam aquilo, então.
- Não como atividade principal, mas como um quebra-galho. Só pelo prazer de trabalharmos juntos...
- ...Só para sairmos de nossos atuais empregos...
- Fechado, então.
Estavam agora cada um em sua casa, terminando o domingo, preparando-se para uma nova semana de rotinas. As pautas do dia misturavam-se às preocupações corriqueiras.
E com a passagem daquela nova semana a idéia já se esvaía de suas mentes.
- Não podemos deixar morrer a idéia!...
O segundo encontro demorou bem mais do que uma semana. E quando aconteceu, a pauta já era outra.
Alguém lembrou:
- Tinha aquela idéia que ia dar super certo, não tinha?...
Tinha. Mas ninguém lembrava direito qual era.
Não importava. Naquele segundo encontro tiveram mais três idéias. Uma melhor que a outra.


:: INUNDAÇÕES ::
declaração do Bispo de Metz, coletada pelo Flaubert

As inundações do Rio Loire são devidas aos excessos da imprensa e à inobservância do domingo.

:: POR QUE O DR DANIEL LYSONS SEGURA UM CAULE NA MÃO? ::
por Julio Cortázar, em 62: Modelo Para Armar.

Por que o doutor Daniel Lysons, D.C.L., M.D., segurava na mão um caule de hermodactylus tuberosis? A primeira coisa que fez Marrast (por algum motivo era francês) foi explorar a superfície do retrato (pintado numa época ruim por Tilly Kettle) à procura de uma explicação científica, críptica ou simplesmente maçônica; depois consultou o catálogo do Courtauld Institute, que se limitava insidiosamente a informar o nome da planta. Era possível que na época do doutor Lysons as virtudes emolientes ou revulsivas do hermodactylus tuberosis justificassem sua presença nas mãos de um D.C.L., M.D., mas não se podia ter certeza e isto, à falta de coisa melhor no momento, preocupava a Marrast.

Outra coisa que o preocupava naqueles dias era um anúncio do New Statesman que miscroscópica e enquadradamente dizia: Are you sensitive, intelligent, anxious or a little lonely? Neurotics Anonimous are a lively, mixed group who believe that the individual is unique. Details s. a. e., Box 8662. Marrast começara por meditar sobre o anúncio na penumbra do quarto do Gresham Hotel; junto à janela semi-encostada para não deixar entrar as horrendas silhuetas dos edifícios da calçada oposta de Bedford Avenue e sobretudo o ruído dos ônibus 52, 52A, 895 e 678, Nicole pintava aplicadamente gnomos sobre papel canson e soprava de quando em quando os pinceizinhos.

-- É inútil -- dissera Marrast depois de estudar o anúncio. -- Como eles eu me acho sensível, ansioso e um tanto solitário, mas é um fato que não sou inteligente, já que não consigo compreender a relação entre essas características e a notícia de que os Neuróticos Anônimos acreditam na individualidade como algo único no gênero.
-- Oh -- disse Nicole, que não parecia ter prestado muita atenção. -- Tell sustenta que muitos desses anúncios são em código.
-- Você acha que eu daria um bom neurótico anônimo?
-- Sim, Mar -- disse Nicole, sorrindo-lhe como de longe e pegando a cor necessária para o capuz do segundo gnomo da esquerda.
Marrast titubeou um pouco entre soltar o jornal ou pedir os detalhes oferecidos pelo anúncio, mas afinal decidiu que o problema do caule de hermodactylus tuberosis era mais interessante e combinou as duas coisas escrevendo para a caixa postal 8662 dizendo secamente que os Neuróticos Anônimos seriam mais úteis à sociedade e sobretudo a si mesmos se deixassem tranqüilos suas individualidades únicas no gênero e em vez disso comparecessem à segunda sala do (continuavam os detalhes) para tratar de resolver o enigma do caule. Mandou a carta como anônima, coisa que lhe parecia eminentemente lógica, embora Calac e Polanco não deixassem de fazê-lo notar que seu sobrenome se colocava muito além dos white cliffs of Dover para que os sensíveis e ansiosos neuróticos lhe dessem importância.
(...)

Deixou passar quatro ou cinco dias, e certa manhã voltou ao Courtauld Institute onde até então o consideravam maluco porque ficava interminantemente diante do retrato do doutor Daniel Lysons e quase não olhava para o Te rerioa de Gauguin. Como quem não quer nada perguntou ao menos cerimonioso dos guardas se a pintura de Tilly Kettle possuía alguma importância que ele, pobre francês ignorante embora escultor, ignorava. O guarda olhou-o com alguma surpresa e consentiu em informar-lhe que, coisa estranha agora que estava pensando, naqueles dias uma porção de pessoas se obstinava em estudar atentamente o retrato, aliás sem resultados notáveis a julgar pelas caras e pelos comentários. A mais insistente parecia ser uma senhora que aparecera com um enorme tratado de botânica para verificar a exatidão da atribuição vegetal, e cujos grunhidos com a língua haviam sobressaltado vários contempladores de outros quadros na sala.Os guardas se alarmavam com esse inexplicável interesse por um quadro tão pouco concorrido até então, e já haviam informado o superintendente, notícia que provocou em Marrast um regozijo mal disfarçado; por aqueles dias estava sendo esperado um inspetor da direção dos museus e fazia-se a contabilidade discreta dos visitantes. Marrast veio a tomar conhecimento, com perversa indiferença, de que o retrato do doutor Lysons tivera mais público aquela semana do que o Bar des Folies-Bergères, de Manet, que era um pouco a Gioconda do Instituto. Já não tinha dúvida de que os Neuróticos Anônimos se haviam sentido tocados no mais vivo de sua sensibilidade, de sua inteligência, de sua ansiedade e de sua (little) solidão, e que a enérgica chicotada postal os estava arrancando à autocompaixão demasiado tangível no anúncio para precipitá-los numa atividade de cujos fins nenhum deles, a começar pelo instigador, fazia a menor idéia.

:: O-QUE-FALA-ALTO-E-NÃO-DIZ-NADA::
de Dead Man, Jim Jarmusch

Fui levado para Toronto, depois para a Filadélfia, e depois para Nova York. E, cada vez que chegava em outra cidade, de algum jeito o homem branco tinha se mudado pra lá antes de mim. Todo novo local tinha os mesmos homens brancos da anterior. Não entendia como as pessoas podiam mudar tão rápido de cidade.

:: TÁ ::
(Spinoza)

As coisas são boas porque gostamos delas, e não gostamos delas porque são boas.

:: TEMA PARA UMA HISTÓRIA ::
por Daniil Kharms (1934), traduzido por V.

Um certo engenheiro decidiu construir um enorme muro através de Petesburgo. Estudou como realizá-lo, não dormiu durante noites a fio, cogitando-o. Gradualmente, formou-se um grupo de engenheiros e foi elaborado um plano para a construção do muro. Decidiu-se construi-lo durante a noite, de fato, construir a coisa toda em uma noite, para que surgisse como uma surpresa para todos. Trabalhadores são convocados. A organização está em marcha. As autoridades locais são tiradas de lado e finalmente chega a noite quando este muro está para ser erguido. A construção do muro é conhecida apenas por quatro homens. Os trabalhadores e engenheiros recebem instruções exatas como a quem, onde colocar e o que fazer. Graças ao cálculo exato, eles conseguiram erguer o muro em uma só noite. No dia seguinte, há uma consternação em Petersburgo. E o próprio inventor do muro está abatido. A que uso este muro se presta, ele mesmo não sabia.


:: PALAVRA DA SALVAÇÃO ::
... oremos

Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito.

:: IT'S LAUNDRY TIME! ::
por V., do Coletivo Mickey-Não-Morra

Só quando chove é que os catalupos botam os narizes pra fora e tentam cheirar a terra. De perto. Nas épocas de banho de esguicho, eles saem ao pátio em fila indiana e tentam cheirar o asfalto; quase sempre ficam zangados e começam a discursar.

Nunca tente interromper um catalupo no meio duma dissertação. É o diabo: lá estão eles, debatendo entre si durante horas inteiras, expondo dogmas completamente idiotas ou apenas engrunholando ("brrooaarrhhggooaarrhh, brrrooaaghhsh"), e, por mais que você esteja cansado, com os pés na neve ou apenas impaciente, nunca levante a mão. Por favor. Nem se o caso é questão de ordem, esqueça, arrume um cantinho e durma. Espere terminar. Alguém se levanta, faz uma intervenção no comício, e pronto: o pobre orador catalúpico esquece o que estava dizendo, de maneira súbita, aperta as mãozinhas, soluça e começa a chorar.

Quem já viu um catalupo chorando sabe do que estou falando.

De modo que o melhor a fazer é deixar um canteiro de begônias ou violetas ou madressilvas sempre à mão, para quando se usa o esguicho. Deixem que fiquem cutucando a terra molhada, deixem que engrunholem à vontade e cuspam minhocas pela semana seguinte. É menos arriscado.


:: AVISO NO CINEMARK ::
em algum lugar no Observatório da Imprensa

“Acesso aos cinemas terminantemente negado a usuários de drogas que carreguem em seus currículos suspeitas de que são loucos mansos, sujeitos a se fazerem apoteótica e repentinamente loucos que matam (apud Veja) quando expostos a luzes estrambóticas e a enredos sacanas e sangrentos. A freqüência de elementos armados de metralhadoras está condicionada ao porte de arma correspondente."


:: A SERIEDADE NOS VELÓRIOS ::
por Julio Cortázar

Quem nos resgatará da seriedade? Em cada escola latinoamericana deveria haver uma grande foto de Buster Keaton, e nas festas pátrias o diretor passaria filmes de Chaplin e de Keaton para estimular os futuros cronópios, enquanto as professoras recitariam "A Morsa e o Carpinteiro" ou pelo menos algo de Guido y Spano; por exemplo, a versão em alemão da Nenia, que começa:

Klage, klage, Urutaú,
In den Zweigen des Yatay.
War einmal ein Paraguay
Wo geboren Ich und du:
Klage, klage, Urutaú!
(?!)

Se pudéssemos exilar a palavra sério de nosso vocabulário, muitas coisas se arregalariam", disse Man Ray. Leia aqui o artigo completo deste senhor argentino, com direito a linkezinhos a torto e a esquerdo.

... E também aproveite para ler o poema Jabberwocky (do Lewis Carroll), em latim. (Ora, deixe de tolices.)


:: CONTROLE DE NATALIDADE ::
colaboração do Zé.

Segunda-feira, 8:27.

Desesperado, o chefe olha para o relógio e, já não acreditando que um funcionário chegaria a tempo de lhe dar uma informação importante para uma reunião que estava para começar, liga pro dito cujo:
- Alô! - atende uma vozinha de criança meio que em sussurro.
- Alô. Seu papai está?
- Tá... - ainda sussurrando.
- Posso falar com ele?
- Não.
Meio sem graça, o chefe tenta falar com algum outro adulto:
- E sua mamãe? Está aí?
- Tá.
- Ela pode falar comigo?
- Não. Ela tá ocupada.
- Tem mais alguém aí?
- Tem. - sussurra.
- Quem?
- O poliça.
Um pouco surpreso, o chefe continua...
- O que ele está fazendo aí?
- Ele tá conversando com o papai, com a mamãe e com o bombelo...
Ouvindo um grande barulho do outro lado da linha, o chefe pergunta assustado:
- Que barulho é esse?
- É o elicopito.
- Um helicóptero!!!?
- É. Ele tloce uma equipe de busca.
- MEU DEUS!!!! O QUE ESTÁ ACONTECENDO AÍ!!? - o chefe pergunta, já desesperado.
E a voz sussurra com um risinho safado:

- Eles tão me poculano.

:: POR QUE É QUE O SR. CONTENTE TEM UMA FOLHA DE ESTANHO DENTRO DE SEU CHAPÉU? ::
finalmente, ó Senhor. Finalmente.

>> http://zapatopi.net/afdb.html >> Durante anos, o exclusivo Capacete Defletor de Papel Alumínio auxiliou inúmeros indivíduos a escaparem de todos os estragos do controle da mente. "Desde que comecei a usar meu capacete, todos os meus instintos homicidas cessaram.. embora eu ainda esteja incomodado com os ruídos e as cores..". Aprenda no link como fazer um capacete caseiro de papel alumínio ou estanho. "Descobri também que, além do capacete, pode ser de grande valia usar seus sapatos no pé contrário e entupir seus bolsos de lixo. Obrigado por espalhar a SALVAÇÃO."


:: LINKS ::
enlaces dispensáveis para criaturas amorfas.

>> http://svt.se/hogafflahage/hogafflaHage_site/Kor/hestekor.html (em caso de emergência)

é um bom site, também, para aprender o sonzinho da última criatura à direita e ficar recitando por aí.

:: VOCÊ PERGUNTA, NÓS NÃO DAMOS A MÍNIMA ::
Questionamentos sadios de uma sociedade doente.

??? ¿O canibalismo deveria ser considerado como atenuante num caso de assassinato por haver menos desperdício e melhor aproveitamento da vítima? (Zé, adorável como de costume)


EXPEDIENTE

Este Zine é impessoal, objetivo e imparcial. Computadores meticulosamente programados desenvolvem os textos, se emocionam, revisam e publicam a visão neutra e apolítica da coisa toda. O único responsável é a instituição "Da Redação".


... Para ser lido na maldita hora da noite em que tudo é engraçado (que vem logo após a hora em que nada faz sentido e antes daquela em que tudo faz sentido) - Stephanie A.

## Você está recebendo o !!DAMN!! Zine porque estava na lista de indivíduos manquitolas da lista negra dos Illuminati. Ou então, ou então! Você está recebendo o !!DAMN!! Zine porque foi um dos 139 mil nomes escolhidos entre todos os possíveis do mundo, sorteados em uma grande urna chinesa. Você e Li-Ching-Yang. Caso não queira voltar a receber este monte de bobagens, mande um e-mail para vmbarbara@brfree.com.br, e escreva na linha de assunto: "Me deixem em paz, pelas barbas de Tutatis!". Se quiser que mais vítimas recebam o Zine, também escreva para esse e-mail mandando o endereço dos condenados e o número e senha de suas contas bancárias. Se quiser usar cartão de crédito, basta fornecer o número. (Be afraid. Be VERY afraid.) ##

"Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que ri cuidado para que não babe".


God is coming.
Look busy.



2005 Vanessa Barbara