Aos vinte e quatro assumirei a administração da Galáxia, e no primeiro dia de governo não restará um só Bruno sobre a Terra. [nota de rodapé: Talvez um Bruno de cabelo-tigela na Bulgária, não sei bem, ou uma colônia de nenês-Bruno em Saturno – decidir.] O extermínio dos Brunos dar-se-á no alvorecer de 15 de junho, quando os mencionados tomarão choques no miolo dos dentes e se transformarão em estátuas de sal iodado. Espetáculos envolvendo nuvens de gafanhotos e sarças pirotécnicas estão previstos na programação, que também contará com um comício da vitória (à tarde) e cumprimento imediato das principais promessas de campanha, sendo elas: 1. Que o oceano se transforme em um grande mar de sopa 2. Que lhamas (vivas) assumam a administração dos centros urbanos com empáfia e lancheirinhas quadradas 3. Que sejam instaladas, em todas as esquinas do mundo Afora, máquinas automáticas de sachês de açúcar 4. Que o planeta receba imediatamente o novo nome de “Afora”, para que possamos fazer trocadilhos idiotas com a expressão “mundo Afora” 5. Importante: o páragrafo HUM do inciso anterior dispõe sobre a criação de comissões omnilíngües de trocadilhistas sem escrúpulos para substituir os poetas de rua, a ONU e a Academia de Letras. Em caso de guerra iminente, uma força de paz será enviada ao país em questão, sob o comando do general Jimmy Nutto, e atacará por meio de jogos de palavras como “era Shaw o que me faltava!” 6. Que se forme um mutirão de anjos, arcanjos, dominações, potestades, querubins e serafins para intervenção artística (livre) no fluxo das principais avenidas do mundo. Premiação para os melhores engavetamentos e trocas de placas mais inventivas. 7. Que seja respeitada a concordância verbal nos avisos sonoros da Companhia do Metropolitano de S. P. 8. Que não chorem por mim os cinamomos, murchando as flores ao tombar do dia 9. Que ocorra o instantâneo desaparecimento — em uma nuvem de enxofre — de toda sorte de objetos equivocados, tais como pochetes, luminárias de bambu, mímicos, moscas-da-fruta, pepino em conserva, manuais de refrigeração e móbiles 10. Que o Pentágono seja reformado a fim de abrigar a maior piscina de bolinhas da Via Láctea 11. Que seja formado um Batalhão de poetas simbolistas, assessores de imprensa, intelectuais de esquerda e monitores do MAM para combater os Brunos sobreviventes, que terão trocado seus nomes para Silas e atenderão a um cumprimento ritualístico discreto, como lamber o nariz ou estatelar-se no chão por vontade própria. Agora você toma este panfleto nas mãos e fica pensando em um jeito de redimir sua espécie brunesca, o senhor que me deu uma fita verde e um mapa em escala 1:1 da cidade, depois me deixou quicando nas esquinas como uma bolinha de pinball e me perdeu entre a São Bento e o Largo do Café; amigo Bruno de cabeça quadrada que roubou uma edição de bolso de Hercólubos, O Planeta Vermelho, certamente pensando no meu período de estágio na Onipotência e no parágrafo sobre os cintos cheios de botões dos habitantes de lá (não há registro de venusianos pançudos), botões vermelhos, azuis e amarelos que acendem e apagam como um farol. Quando se vêem em perigo, eles apertam um botão-mãe (no teto da nave-tia) capaz de fazer voar uma colina e desintegrá-la no céu. Anotei no meu bloco rosa esta ótima idéia e prometi que a aproveitaria em mais planetas - por exemplo, neste aqui, que anda de uma mesmice monstruosa.
somos esses essas esqueçam somos esta noite :: JOGO DOS PONTINHOS :: Desafie dona Alzira Zulmira:
menina! estou na china! beijo!
de respostas para a mensagem anterior. :: EDITORIAL :: O presente Almanacão de Férias possui figuras para colorir, palavras cruzadas, caça-palavras, duplex, histórias edificantes, Enriqueça Seu Vocabulário e tudo o que de mais moderno existe em matéria de entretenimento via e-mail. Preenchendo o cupão que se localiza na contracapa você ainda concorre a uma viagem para o VII Encontro Brasileiro de Passatempos e Cruzadistas, em São Tomé das Letras.
O mundo está repleto de loucos.
Homônimos e parônimos prestam-se, com muita facilidade, para o trocadilho, para o jogo de palavras, ocasionando confusões de sentido, às vezes cômicas, às vezes apenas curiosas e pitorescas, outras vezes até malévolas. Conta-se, por exemplo, a história de um médico que, estabelecendo-se numa pequena cidade, atende um cliente e receita-lhe uma pomada com a qual devia friccionar as "cadeiras", todas as noites. Passado algum tempo, o médico encontra-se com o cliente e pergunta-lhe: "Então, como vai? Ainda continuam suas dôres?" E responde o simples do homem: "Ah, doutor, as cadeiras estão bem lustrosas, bem brilhantes, mas a dor não desapareceu, não." Eis no que consiste o jôgo das palavras, o trocadilho -- o calembour dos franceses.
[S.O.S.] Não estrague aquele jantar romântico no restaurante japonês só porque seu namorado entornou molho shoyu na sua roupa. Peça um potinho de nabo ao garçom e veja o milagre: a mancha sai todinha na hora!
O endereço definitivo: www.coquetel.com.br. [Assinando a Hortaliça você ajuda a restaurar a reputação do Torto no panteão das cruzadinhas via rede.] :: SABEDORIA EM GOTAS :: Mãe é uma mulher que ficou louca.
Todos os dias ele recebia telefonemas interurbanos e visitas lhe traziam biscoitos. Ele freqüentava o tintureiro aos sábados bem cedo, reunia em casa o pessoal da firma, bebia tudo o que tivesse gosto ruim: tinta plástica, suco de tomate. Alonso vestia uma touca preta nos dias de frio e seus amigos calçavam galochas nas festas a fim de tirar fotos engraçadas. Alonso encostava nos azulejos da cozinha lotada de gente e contava piadas com uma caneca de salmoura na mão. Ele apertava o ombro das meninas e sussurrava para as mais chegadas o hino à bandeira, enquanto alguém colocava no som um disco raro de sessenta e seis, a prima dançando em cima do sofá com um par de galochas. Alonso com aquela touca me lembrava o Pio XXI, a Greta Garbo, o Amado Baptista. Deve ser triste pra ele
O bem-estar espiritual de nossos leitores é nossa principal meta. Somos o MAIOR e MELHOR hebdomadário não semanal da América Latina.
Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba. (Lv. 19)
O rei Davi estava velho, com idade avançada; por mais que lhe pusessem cobertas, não conseguia se aquecer. (1Rs, 1:1)
Acabou de passar o carteiro. "Mandioca e correio!" -- Os profissionais do Mandaqui agora estão fazendo joint-ventures.
Sorria e diga "dízimo".
Não, eu nunca consegui levar o queijo ao rato. Arrumava doença no dia de colar ervilha no casco da tartaruga. Se minhas notas em comportamento sempre foram boas e as de higiene alcançavam o razoável - quando eu cortava as unhas -, repeti três semestres em coordenação motora. Sou aquela que hasteia bandeiras puxando a corda para o lado errado e honra o lábaro virada de costas. Até hoje não consigo usar uma tesoura sem perder o tampo de alguns dedos e arruinar o papel. (Alicate de unha, nem se fala.) Outro dia me perdi no Guia de Ruas entre o B5 e o D7, fui parar numa represa e nunca mais voltei. Por isso, quando o zoológico de São Paulo abriu 216 vagas — salários chegam a R$ 2.204 —, candidatei-me a texugo. Meus amigos preferiram concorrer para zebra (embora seja obrigatório o uso de sunga), ariranha, leão-marinho e boto. Eu nunca passaria nos testes práticos, então anotei Opção Um: texugo diurno, Opção Dois: texugo integral. Para ocupar a jaula do texugo, diz-se, não é preciso ser bom em oratória, demonstrar desenvoltura na dança ou saber pegar fruta-pão com o rabo. Aliás, a vaga de texugo praticamente impõe uma condição: a falta de habilidade em todos os ramos da vida prática. Nunca me adaptei às coisas de gente adulta.
Roubaste meu coração,
:: TRAGÉDIA DE OZIRES
:: [...] poxa, eu também jogo. Já joguei com o Renan. Tá certo que não aquele renan, jogava com o renan meu vizinho. Mas ele era fera. Eu era o primeiro reserva do meu time na escola. E minha escola foi terceira colocada dos jogos de São Carlos (perdemos injustamente na semi-final). Meu forte era a recepção. Hoje eu seria um líbero espetacular, mas na época não existiam essas variações e eu entrava quando o levantador secundário ia pro fundo, no 4x2, ou seja, eu nao levantava nunca. Mas eu passava pro levantador principal - Ozires - que tinha a fama de ser bem melhor que eu. Eu dava o passe na mão e ele levantava pro ponta. Se tudo desse certo, a turma gritava: "valeu, Ozires!!!"; nunca reconheciam o meu passe perfeito. Isso me desanimou um pouco e eu resolvi mudar de esporte. Fui bater uma bola, futebol de campo. Eu nunca fui muito rápido, não gosto de correr demais, então o técnico me colocava de zagueiro. A bem da verdade? Zagueiro reserva. Fui reserva do Ozires.
Portuguese is essentially Spanish as
spoken by a Russian. Portuguese is essentially bad Spanish,
mumbled. Portugese is essentially Spanish while
eating a hot potato.
Um sobrevivente do campo de concentração nazista de Dachau, atualmente com 105 anos, e sua mulher, cem anos de idade, conquistaram o título de casal mais idoso do mundo. Ao ser conclamada a explicar como o casamento havia durado tanto tempo, Magda disse que o segredo era que ela mandava e o marido obedecia.
Chovia, e ele estava lá fora
com uma pá e dois sacos de lixo. Eram nove horas da manhã
de uma terça-feira e o marido de Fabiana varria o meio da rua. Fabiana foi embora, é verdade, mas voltaria no dia seguinte com uma pá maior.
Este jornalzinho é impessoal, objetivo e imparcial. Computadores meticulosamente programados preenchem formulários, desenvolvem os textos, se emocionam, editam e publicam a visão neutra da coisa toda.
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2005
Vanessa Barbara |