Atrás da décima-terceira estante da fileira C de um sótão na Praça Tito, s/n, estão empilhados os volumes da Biblioteca Hortaliça de Citações Confusas. Lá dormem os trechos renegados, os recortes ruins e os poeminhas constrangedores que não ousamos publicar. Lá estão os trechos que não lembramos mais de onde vieram, como este, de cuja procedência não temos a menor pista: "um cavalheiro é alguém que sabe tocar acordeom pausa teatral mas não toca!". Há livros inteiros, coleções, almanaques, cadernos carcomidos, folhas avulsas e inscrições em dedais. Há extensos arquivos sobre uma única palavra-chave, atados por uma fita de cetim vermelha em uma pasta de capa dura, por exemplo "Leroy". Em uma folha amarelada: "Ele me chamava de Leroy, assim como chamava todo mundo de Leroy. Em nome da coerência chamava até a si mesmo de Leroy". No verso de uma nota fiscal: "A coisa mais corajosa que fiz por lá foi sair sem licença uma noite pra ir num puteiro vietnamita com meu amigo Leroy". E por fim, nas bordas de um guardanapo: "Ele sempre está reclamando do clima na Inglaterra, da comida na Inglaterra, das estradas na Inglaterra, dos carros na Inglaterra, dos motoristas na Inglaterra, mesmo quando estamos na Holanda". Há
longas listas de almoxarifado e números primos com mais de
cinco dígitos. Há fichamentos de notícias de
jornal em caligrafia cuidadosa, a lápis, num papel de margens
estreitas. Um deles se chama "Três ovos de dinossauro"
e foi retirado de um periódico dos anos 40: "São
os únicos encontrados no Brasil. Os menores podem ter sido
de ceratópsios. O maior, de titanossauro, era usado como bola
de bocha, em 1945, por operários da região de Uberaba".
Há uma lista telefônica cuidadosamente marcada com post-its
e dezenas de revistas de bairro. Há informes noticiosos e dados
científicos possivelmente inventados, como "Um rato pode
associar uma missão com o resultado da mesma durante cerca
de vinte e cinco segundos. Se o intervalo entre a pressão da
alavanca e o fornecimento do alimento for maior do que trinta segundos,
o animal fica confuso". A biblioteca também guarda apontamentos pessoais para compor um futuro compêndio de filosofia, em um volume azul com as lombadas desbeiçadas. A frase "... E me confundo com facilidade" foi encontrada junto ao trecho anterior e é uma anotação recorrente. "Orientação fiduciária" e "horticultura holística" foram catalogados sob o verbete "Outros", ao passo que sob a rubrica "Urgente" temos uma única frase: "O Laboratório de Dendrologia abriga um herbário didático, além de carpoteca e xiloteca. Checar". Próximo ao volume azul, há uma pilha de formulários contínuos com o registro de aproximadamente 879 palavras interessantes, entre "libélula" e "biribinha". Atrás dela, uma estante unicamente dedicada a trocadilhos ruins, idéias ridículas e rimas pobres. Nessa seção é possível encontrar uma folha cor-de-rosa com apenas duas frases: "Art Spiegelman sobre o Visconde de Sabugosa, dois pontos" e "Art Spiegelman sobre a arte de fazer pipoca". Também há uma possível propaganda de chocolate, sob a forma de contemplação melancólica: "Me falta Talento para escrever este texto". Erroneamente catalogada, temos esta inscrição, tirada do cardápio de um bar carioca: "Lentil just in weekend". Josiah Willard Gibbs é o patrono da estante das ofensas, dividida em seis departamentos: ofensas bíblicas, xingamentos aleatórios, manifestações de ojeriza, injúrias, desacatos e vitupérios. Da primeira cepa, temos a inexplicável "Fariseus hipócritas! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo!" e uma de Tuco Benedicto Juan Maria Ramirez, o Feio, obviamente fora de lugar: "Você me paga! Espero que apodreça no cemitério com a cólera, a raiva e a pestilência". Algumas são de autoria própria, como "Seu catacrético! Vá às anáforas!" e a seqüência "biltre! pacóvio! bonifrate!". Outras são mais enigmáticas, como a singela pergunta: "Are you taking any prescription medication?". Há excertos mais compridos, e deste realmente não se pode determinar a origem (ou a motivação): [...] E não poderíamos terminar sem o famoso início de suas Catilinárias, onde Cícero chama o cônsul conspirador Catilina, inimigo da República romana, para a porrada, no meio do Senado: Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? "Até quando, hein! Catilina, seu safado! Até quando abusarás de nossa paciência!!!" E outros mais recentes, como uma breve seleta da programação de TV: 18
terça Enfim, todo tipo de fragmento que não possui dono, nexo ou razão de ser vive neste quartinho abafado, recentemente organizado por ordem alfabética de textura, por exemplo: uma pitoresca embalagem de Gulozitos está em L de liso, um caderno de capa branca foi para P de polido, o volume de Os animais dos países quentes e dos países frios foi para A de agreste, a lixa de unhas com dedicatória foi para R de rugoso e há alguns bloquinhos no A de aveludado. Quem quiser contribuir para povoar a coleção pode enviar quaisquer trechos desamparados para a Biblioteca Hortaliça de Citações Confusas, em hortalica@gmail.com. Aceitamos também retratos fora de foco e fotografias de pés.
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AVISO NO TECLADO DE UM NOTEBOOK :: Favor não mexer muito
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PÉS DE GUARDA-CHUVA :: Nestas terras, há grupos de seres humanos que descendem dos habitantes deste país que não foram civilizados nem subjugados. [...] Contaram-me que, quando chovem, abaixam a cabeça até o chão, erguem os pés e os utilizam como um guarda-chuva para se protegerem. Fazem [os pés] o que ele [o guarda-chuva] faz e evitam que seu dono se molhe. [...] Seus pés têm aproximadamente dois terços de braça de comprimento e um terço de braça de largura.
:: ANÚNCIOS :: Método
SUPERA Benefícios * matrícula
com 50% de desconto Matricule-se
já! ps. leitores d'A Hortaliça devem pedir ginástica localizada para aprimorar o elemento "Foco".
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MELHOR FIM DE LIVRO :: Seus olhos pacientes semicerraram-se e Caninos entrou em cochilo.
:: MAIS FLAUBERT :: A Louise
Colet [...] E não tendo a habilidade para procurar o sucesso para mim, nem gênio para conquistar a glória, eu me condenei a escrever só para mim, para minha própria distração pessoal, como se fuma ou se monta a cavalo. É quase certo que não conseguirei fazer imprimir uma linha e meus sobrinhos farão provavelmente chapéus de três bicos para suas crianças com meus romances fantásticos, e enrolarão o castiçal de suas cozinhas com os contos orientais, dramas, mistérios etc., e outras ninharias que eu alinho muito seriamente sobre o belo papel branco.
:: TEMA DE DEBATE NA TV CÂMARA :: Conseqüências teológicas, filosóficas e antropológicas frente à iminência do fim da espécie
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A VOLTA DO MARIACHI ÁGUA-PEDRENSE :: Na noite de 2 de junho, sábado, confirmou-se a tendência que vem sendo notada nos últimos anos: Águas de São Pedro tem, hoje, uma culinária cada vez mais bem elaborada e variada, que já se está tornando referencial de qualidade e de atrativo para visitantes, que mais e mais convergem para a Estância em busca da boa cozinha. Durante o Festival Gastronômico das Américas, realizado pelos alunos do SENAC de Águas, a Academia Apolo apresentou vários números de dança e, igualmente, as contadoras de histórias da Biblioteca do SENAC narraram contos do folclore chileno. Roberto Santiano, mariachi água-pedrense, apresentou sucessos do cancioneiro mexicano; o grupo teatral de São Paulo, Companhia de Estudos Teatrais-CET, fez performances interpretativas, evocando as figuras históricas de Colombo, Bob Marley, Tio Sam, Eva Perón, uma índia inca e um mexicano. Essas personagens, segundo a apresentação, foram chamadas pelo Criador para abrir o Festival e incentivar a união dos povos, bem como "ligar a Arte à Gastronomia".
É importante pensar. É o que nos separa das lentilhas.
Locação
de retroescavadeira
Nos mais recentes esboços para a sistematização dos estudos musicológicos no Brasil, os teóricos parecem se esquecer de um elemento identitário perene, um fator que perpassa as manifestações melódicas nacionais: o avô. Muniz Sodré lembrou do negro, José Ramos Tinhorão fala em transculturação, Sérgio Cabral cita Isaurinha Garcia, mas o avô, coitado, foi deixado de lado. É hora de reparar essa injustiça. Neste artigo, falaremos sobre o pai do pai na Música Popular Brasileira, sobretudo nos dias de hoje. Qualquer canção respeitável permite a substituição de "amor" por "avô". Vejam: Me
abraça, me beija Na verdade, com a adoção do método-avô, as canções adquirem novos significados e se abrem para a intertextualidade contemporânea. As letras, outrora rasas e superficiais, assumem uma complexidade semântica e podem até refletir sobre a efemeridade da vida: Avô
igual ao seu eu nunca mais terei Em outras, comprova-se a malícia do letrista, que já previa de antemão a troca: Movido
apenas por avô vou em frente Os exemplos são infinitos e o leitor poderá tirar a prova por si mesmo, bastando apenas um rádio de pilhas e algum pendor investigativo. Para os iniciados, o método-avô leva automaticamente ao Corolário do Umbigo, que prevê a troca de "amigo" por "umbigo", sem qualquer prejuízo estético. Vejam: Umbigo
é coisa pra se guardar Que, embora não tenha significado, mostra um carinho singular pela referida depressão cutânea. Há outros exemplos mais complexos, que o leitor haverá de encontrar: Ter
um umbigo Este importante exercício alça a Música Popular Brasileira a uma excelência poética jamais imaginada. Consultado pela reportagem de A Hortaliça, José Ramos Tinhorão tropeçou em seus cadarços e exclamou: "Com a breca! Esqueçam tudo o que eu disse até aqui", e pôs-se a trabalhar nas novas implicações teóricas da corrente do avô. Com um pouco de persistência, dizem os críticos, será possível encontrar uma sofisticação semântica comparável apenas aos textos bíblicos, que, como se sabe, afirmam: Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem avô eu nada seria.
:: PEQUENO ADENDO AO ESTUDO ANTERIOR :: Pouco antes do fechamento desta edição, foram encontradas mais duas evidências de alguma outra coisa que ainda não sabemos o que é. A primeira é a frase I get no kick from Sean Penn, cantada por Frank Sinatra, e a segunda é o versinho: The
memory of Odete Na versão de Ella Fitzgerald. Ainda não há provas conclusivas para sustentar qualquer tipo de teoria, mesmo fantasiosa.
Desconfio que haja alguém que saiba empregar as maiúsculas.
Uma família cultiva inhames na sua horta não para seu consumo exclusivo, mas substancialmente para uso da família da irmã do marido. Grande parte de sua provisão de inhame vem das hortas de um dos irmãos da esposa.
Entre
o gramado do campo Feio
sapo repelente Pergunta-lhe
o vagalume:
Ouvi a história de um cara que chegou ao ponto de marcar as cartas do baralho com isótopos radioativos. Ele tinha um contador Geiger amarrado aos joelhos.
Você faz projetos de exaustão?
- Não-espaço,
pelos mesmos autores de A Hortaliça e Ursinhos Carinhosos
3: http://www.naoespaco.com.br
Olá
me chamo Ana e gostaria de saber se vocês poderiam em ajudar
com algumas informações sobre a acelga!
Após
derrota do Corinthians, Leão chama o juiz de barrigudo
P: O
cardápio de uma cafeteria diz que as enchiladas são
servidas de "Ter.-Sex." Quando pedi uma enchilada
em uma quarta-feira, me disseram que elas são servidas às
terças e sextas, e não de terça a sexta. Falei
à gerente da cafeteria que isso era errado, mas ela ficou indignada
e se recusou a trocar o aviso. Por favor, me ajude a dizer quem está
certo.
Entrevistando certa vez uma senhora cuja aparência indicava claramente que já passava dos 50, Groucho Marx ouviu dela que "estou chegando aos 40". "Não diga! Vindo de qual direção?"
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NO VERSO DE UMA EMBALAGEM DE GULOZITOS :: Curiosidades
bíblicas - Qual
o homem que lutou com um Anjo e foi abençoado? - Qual
o rei que comeu como os bois? - Em
qual animal se transformou a vara de Arão? - Qual
a mulher que virou uma estátua de sal? - Que
homem subiu ao céu num carro de fogo?
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NÚMERO 37 OU O SUBMUNDO DO BINGO :: Impressionante como nosso sentido de importância muda com o tempo. Se hoje você não aprecia uma bela partida de bingo, espere até a casa dos sessenta chegar, e terás uma surpresa interessante. Foi isso que concluí em minha viagem recente a um hotel-fazenda no interior de São Paulo, onde eu e minha esposa éramos os únicos com idade economicamente ativa, segundo o IBGE. O jantar, que decorria no salão com relativa tranqüilidade, foi abalado com a notícia, bradada pelo monitor "Pirulito" da Equipe de Lazer Sucesso, de que haveria um bingo no bar da piscina, às 21 horas. Mais que imediatamente, algumas velhinhas se levantaram e circularam trocando mensagens de sinal e acenos de cabeça, fato que eu só vi anteriormente em 007 A Serviço de Sua Majestade (1969). Decidimos que seria interessante participar do evento, visto que a alternativa seria assistir Gilberto Barros cantando "Acorrentado em Você", programa em exibição na única emissora que a TV sintonizava. Chegamos ao local, que a essa altura já parecia algo como Sérgio Reis live in Pacaembu, e nos sentamos sob olhares gélidos e os apupos da torcida. Apesar de faltar alguns minutos para o início, algumas idosas mostravam-se tensas, testando as canetas e lustrando os óculos, em um tipo bizarro de aquecimento. O mestre de cerimônias anunciou a distribuição das cartelas e os prêmios da primeira rodada, um queijo e um vinho. Antes, uma discussão acalorada sobre cinqüina irrompeu no setor sub-88: algumas competidoras questionavam a validade da figura do meio, enquanto o resto das senhoras dizia, com firmeza, que é permitido fazer diagonal, como que cientes das mais recentes disposições da Confederação Brasileira de Bingo. Diante disso, resolveu-se que seria vencedor aquele que fizesse cartela cheia, embora uma senhora de mais de 105 anos tenha ofendido o sr. Pirulito em italiano. Difícil imaginar ambiente mais tenso que o início de um jogo de bingo. As brincadeiras do narrador foram rechaçadas com veemência, e a leitura dos números passou a seguir o padrão exigido pelas senhoras, no estilo "vinte e oito. Dois oito. Vinte e oito". Nem mesmo as momices tradicionais, como "51, boa idéia", ou "a idade de Cristo, 33", eram aceitas pela platéia. O desenrolar do jogo mostrou que as senhoras são organizadas e sistemáticas, como os quenianos na São Silvestre. Algumas tinham a missão de observar se as colegas não comiam bola, ou, no linguajar técnico, "abstraíam o numeral". Cada mesa tinha uma velhinha-líder, aquela que se destacava após os primeiros movimentos e era incentivada moralmente pelas colegas, com expressões como "canta a boa" ou "mexe esse saco". O advento da régua também foi observado, auxiliando a rápida identificação das colunas B, I, N, G ou O. Quiseram os deuses do bingo que minha cartela fosse bem preenchida logo na alvorada do jogo, fato percebido antes pelas velhinhas do que por mim mesmo. Quando restavam poucas bolas na redoma giratória, eu era um dos únicos jogadores que dependiam de dois ou três números para alcançar a glória. Sabendo disso, algumas senhoras tentavam me intimidar alegando "estarem pela boa", olhando para mim como um leopardo fita uma gazela. O fato de eu marcar minha cartela com giz de cera, elemento que provocava um unânime desdém geriátrico, agora me prejudicava, pois o giz falhava nos momentos decisivos. Mesmo envolto em dificuldades, me vi dependendo apenas do número 37 para alçar-me ao Olimpo dos atletas do bingo. Até os grilos silenciaram-se, tamanha era a tensão, e viam-se algumas senhoras semi-erguidas, como querendo conferir se os números seriam lidos corretamente. Para a surpresa de todos, o locutor pronunciou "M 37" e ouviu-se meu grito de "bingo!", seguido de uma série de três socos no ar, talvez quatro. Uma certa senhora Patterson desmaiou. "Conferência, conferência", reclamavam as mais exaltadas, enquanto outras discutiam entre si. Entreguei minha cartela ao responsável, que leu toda a seqüência de números, depois leu os números das pedras que não foram sorteadas, e depois, a pedidos, leu novamente os números da minha cartela, pausadamente. Embora eu me sentisse como Bruce Springsteen no Irã, tive a audácia de fazer comentários como "quer que eu encoste pra dar sorte?", ou "eu deixo você ganhar na próxima", olhando nos olhos de uma senhorinha de 1,38m. Decidi participar da rodada seguinte, desta vez valendo "um jogo de sacos de pano para louça", onde marquei menos de cinco numerais, retornando à minha posição de amador. Deixamos o local antes do fim, enquanto ainda havia honra em meu caminhar. Naquela noite, eu e minha esposa não conseguimos dormir. Tínhamos cometido uma grande gafe, pior do que faltar nas aulas de arraiolo e falar mal do João Kléber, e pagaríamos por isso. Saímos do hotel na manhã seguinte, mortos de sono, sem nos despedir de ninguém, e quase batemos o carro na BR-37. Tivemos sorte. Um macaquinho de lã e duas toalhinhas de centro obstruíam o radiador. O sr. Pirulito, porém, nunca mais foi encontrado.
Direção, roteiro e figurino: Bem Verão Produções Improváveis. Colaborações: André Czarnobai, Adriano Bastos, do meu irmão, da minha mãe e da tia Olga Aviso ======================= "Para ser lido na maldita hora da noite em que tudo é engraçado -- logo após a hora em que nada faz sentido e antes daquela em que tudo faz sentido" (Stephanie Avari, que realmente mora na rua Paulo da Silva Gordo) ## Você está recebendo !!Witzelsucht!! porque estava na mala direta. Ou então, ou então! Você está recebendo o !Rododendro! porque foi um dos 139 mil nomes escolhidos entre todos os possíveis, sorteados em uma grande urna chinesa. Você e o To Fu, que ganhou o direito de trazer um tufo de nenúfares e furar a fila (desculpe). Caso não queira voltar a receber este jornalzinho, mande um e-mail para hortalica@gmail.com e diga na linha de assunto: "Foi demais para Kudno Mojesic", mesmo que você não seja -- e nem planeje ser -- Kudno Mojesic. ::: www.hortifruti.org :::
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2005
Vanessa Barbara |